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15/03/2013

GERAL: Reunião discute estratégias de combate à vespa-da-galha, nova praga do eucalipto

Uma nova praga tem preocupado produtores de eucalipto no Paraná, a vespa-da-galha (Leptocybe invasa). Para tratar do assunto, foi realizada ontem, na Embrapa Florestas (Colombo/PR) uma reunião coordenada pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná – Adapar, vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado do Paraná. O evento contou com cerca de 40 pessoas entre representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Emater/PR, Embrapa Florestas, Associação Paranaense das Empresas de Base Florestal/Apre, Escola de Florestas da Univerdidade Federal do Paraná, Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina/Cidasc, Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado do Rio Grande do Sul/Seapa-RS e da própria Adapar. 

O objetivo da reunião foi nivelar as informações sobre a praga, além de discutir e estabelecer uma estratégia de ação para seu monitoramento e controle. Marcílio Araújo, da Adapar, apresentou a situação de ataque da vespa-da-galha no Estado do Paraná para, com base nesse cenário, fornecer subsídios para buscar soluções e definir orientações de como se deve proceder em campo para a detecção, monitoramento e controle. 

Originária da Austrália, a vespa-da-galha é uma praga totalmente nova, descoberta pela primeira vez em Israel em 2000, que causa desfolhamento, redução de crescimento e vigor da planta, podendo até mesmo levá-la à morte. Além disso, deixa a planta suscetível ao ataque de outras pragas. 

Como o ataque desta praga é recente no Brasil (em 2008, na Bahia), ainda não existem formas exatas de fazer o controle e é necessário um amplo trabalho de pesquisa e desenvolvimento para estudar melhor o comportamento da vespa-da-galha e, então, definir uma estratégia de controle com ênfase no controle biológico. Chama atenção a rápida dispersão da praga: em um curto espaço de tempo já foram feitas notificações na Bahia, São Paulo, Paraná, Maranhão, Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. 

No Paraná 

A maior parte da praga detectada no Paraná está em viveiros de mudas de eucalipto ou em árvores novas, de até 3 anos. A recomendação que tem sido dada em casos onde o ataque é intenso é a destruição e queima deste material. O controle químico não é recomendado, uma vez que ainda não existem produtos registrados para o controle da praga no Brasil, nem resultados sobre a efetividade destes produtos. Mesmo que existissem produtos registrados, seu uso só seria recomendado em áreas de alto valor agregado, como viveiros e mini jardins clonais, uma vez que o seu uso em plantios comerciais de eucalipto poderia causar desequilíbrio ecológico na região onde é aplicado. 

Outras medida a ser tomada é limitar o acesso de visitantes ao viveiro, uma vez que a vespa pode se alojar em roupas, bolsos etc. Para evitar a infestação no campo, também é necessário evitar o transporte de mudas atacadas para áreas isentas de pragas. 

Dentre as estratégias para a detecção da praga estaria a obrigatoriedade de um sistema de monitoramento nos viveiros, com o uso da chamada “armadilha adesiva amarela”. 

Outra estratégia que pode ser adotada para novos plantios é a seleção de materiais genéticos resistentes. Segundo Edosn Iede, pesquisador da Embrapa Florestas, “ainda não há nenhuma comprovação científica que isso vai reduzir a infestação. No entanto, alguns testes demonstraram que, quando mudas de diferentes procedências são colocadas lado a lado, pode ser verificada a preferência do inseto. Isso pode ser uma evidência de que aquele material pode ser tolerante ou resistente à praga. Mas, ainda não há nenhum dado para que se possa afirmar que esse material é resistente ou tolerante”. Uma estratégia de pesquisa, então, seria a seleção de materiais tolerantes e/ou resistentes à vespa-da-galha. 

Já na linha do controle biológico, serão importados e estudados parasitóides de origem australiana, que já foram introduzidos em Israel, além da prospecção e avaliação de parasitóides nativos. A avaliação de inseticidas não está descartada, mas espera-se que outras medidas de controle, dentro de um programa de manejo integrado da praga, como ações de manejo florestal e o uso, em especial, do controle biológico, tragam resultados mais efetivos e sem impactos ao meio ambiente. 

Ações imediatas 

Ao detectar a praga em viveiros, a Adapar recomenda aos produtores a destruição imediata das mudas sintomáticas, até mesmo em cumprimento à legislação sanitária, que prevê a destruição de mudas em casos de disseminação de pragas, plantas contaminadas, pragas de interesse econômico – comércio de mudas irregulares (em http://www.agricultura.pr.gov.br/arquivos/File/PDF/lei_11200_95.pdf) . Além disso, a Agência tem impedido a comercialização de mudas de viveiros infestados.
Fonte: Embrapa Florestas
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